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Campina Grande, Paraíba,18/09/2024

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Trump e Kamala trocam acusações sobre inflação, aborto, imigração e Putin em 1º debate

Embate pode ser decisivo na reta final da campanha; pesquisas indicam que disputa está acirrada

Com CNN/Brasil
Trump e Kamala trocam acusações sobre inflação, aborto, imigração e Putin em 1º debate Photo by Win McNamee/Getty Images

O primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris, na noite desta terça-feira (10), foi marcado por trocas de acusações em temas centrais da corrida à Casa Branca, como economia, aborto, guerras e imigração, e pelo tom mais assertivo de Harris, que colocou o adversário na defensiva.

O enfrentamento, que durou pouco mais de 90 minutos, foi também o primeiro encontro entre o republicano e a democrata, que nunca haviam ficado frente em frente ao vivo.

Primeiro tema: a economia

A primeira pergunta foi sobre a economia dos Estados Unidos. A vice-presidente falou sobre a classe média e corte de impostos. A democrata aproveitou para atacar o republicano e suas políticas econômicas.

Em seguida, Kamala destacou que o público ouviria no debate desta noite o mesmo “livro de jogadas antigo” e mentiras. “O que você vai ouvir é um plano detalhado e perigoso chamado Projeto 2025, que o ex-presidente quer implementar se for reeleito”, destacou.

Trump rechaçou qualquer conexão com o Projeto 2025, afirmando que nunca leu o documento e que não vai fazê-lo. Também comentou que ele é um “livro aberto” e que vai cortar taxas e criar uma “grande economia”.

A candidata democrata também comentou que especialistas avaliaram que o plano de Trump para a economia irá “explodir o déficit”, aumentando a inflação e poderia gerar recessão.

“Donald Trump não tem planos para você, porque ele está mais interessado em defender a ele mesmo do que cuidar de você”, pontuou Kamala.

O ex-presidente comentou então que professores disseram que seu plano para a economia é “brilhante”, alegando também que a vice-presidente copiou o plano de Joe Biden. “Ela não tem um plano”, ressaltou.

Ao serem perguntados sobre um possível aumento de preços para os cidadãos dos EUA devido aos impostos, Trump comentou que a China é quem terá preços maiores e que seu governo “não tinha inflação, virtualmente”.

Ele também alegou que a vice-presidente é “marxista”.

Kamala, por sua vez, disse que o governo do republicano vendeu chips para a China para que fossem usados no Exército do país asiático.

Segundo tema: aborto

O aborto é um dos principais temas discutidos na campanha presidencial dos Estados Unidos. Trump é criticado devido à revogação da Roe v. Wade, uma decisão da Suprema Corte dos EUA que garantia o aborto legal em todo o país, durante seu governo.

A decisão foi derrubada pela própria Suprema Corte, que possui maioria conservadora, graças às indicações de Trump.

O republicano destacou que “todos” queriam que esse tema fosse discutido pelos estados.

Em resposta, Kamala Harris destacou que não é necessário “abandonar sua fé e o que acredita é para concordar que o governo e Donald Trump não devem para as mulheres o que devem fazer com seus corpos”.

“Quando o Congresso aprovar uma lei para restaurar as proteções da Roe v. Wade, como presidente dos Estados Unidos, eu irei sancioná-la”, comentou a vice-presidente, acrescentando que Trump, se eleito, aprovaria o banimento nacional do aborto — o que foi negado pelo adversário.

Terceiro tema: imigração

Uma das questões que Donald Trump mais critica no governo de Joe Biden e Kamala Harris é a imigração ilegal na fronteira sul dos Estados Unidos.

Kamala citou um projeto de lei que estava sendo debatido no Congresso dos EUA sobre o tema, mas que foi travado pelos republicanos após intermediação do ex-presidente.

A vice ainda convidou o telespectador a assistir a um dos comícios do republicano, alegando que é uma “coisa muito interessante de ver”. “Você vai notar que as pessoas saem de seus comícios cedo por exaustão e por estarem entediados”, adicionou.

Trump afirmou que “as pessoas não vão aos comícios” da adversária e ressaltou que seus eventos de campanha têm grande público.

Ele também alegou que imigrantes em Springfield estão comendo animais de estimação dos moradores.

Quarto tema: petróleo

Kamala Harris foi questionada sobre exploração de petróleo, ressaltando que não banirá a prática no país — uma mudança de posicionamento em relação à eleição anterior.

“Meus valores não mudaram. O que é importante é que há um presidente que traz valores na perspectiva de elevar as pessoas e não abatê-las. (…) A força não está em rebaixar as pessoas, mas elevá-las. Eu quero ser essa presidente”, comentou.

Trump rebateu: “Ela quer confiscar suas armas e nunca vai permitir a exploração de petróleo na Pensilvânia [estado onde o debate é realizado]. Se ela ganhar a eleição, a exploração de petróleo será banida na Pensilvânia”.

Em outro momento, ele chamou Kamala de “Czar da fronteira” — a vice-presidente foi encarregada de políticas sobre imigração durante o governo Biden.

Quinto tema: transição pacífica de poder

Questionado sobre a invasão do Capitólio dos EUA, a sede do Congresso americano, em 6 de janeiro de 2021, Donald Trump disse que não teve “nada a ver com aquilo além de fazer um discurso”.

Apoiadores do republicano atacaram o Capitólio, que realizava uma sessão para certificar a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020. O republicano não aceitava a derrota no pleito.

Ele culpou Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos EUA, e a prefeita de Washington, DC, Muriel Bowser, pela falta de segurança durante o ataque.

“Eu não era responsável pela segurança. Nancy Pelosi era responsável. Ela não fez seu trabalho”, alegou.

Kamala Harris, por sua vez, pontou que Trump incitou uma multidão violenta a atacar o Capitólio. “Não temos que voltar para o passado. Não vamos voltar para o passado. Vamos virar a página”, adicionou.

O moderador da ABC perguntou ainda se Donald Trump reconhece que perdeu a eleição de 2020, citando um comentário recente do ex-presidente no qual ele afirmou que ficou um pouco “aquém”.

Entretanto, o empresário ressaltou que fez a afirmação de forma sarcástica. “Olha, há tantas provas. Tudo o que você precisa fazer é olhar, eles deveriam ter enviado de volta para as legislaturas para aprovação”, alegou.

Sexto tema: guerra de Israel

Kamala Harris reforçou que Israel tem o direito de se defender, mas destacou que “palestinos demais” foram mortos, incluindo crianças. “Essa guerra deve acabar. Deve acabar imediatamente. E a maneira com a qual ela vai acabar é que precisamos de um cessar-fogo e precisamos dos reféns soltos”, ponderou.

A vice-presidente também destacou apoio à Solução de Dois Estados, uma proposta na qual há a existência pacífica de um Estado palestino e um Estado israelense.

Ainda assim, a democrata ressaltou que providenciará todo o apoio para que Israel se defenda, principalmente em relação ao Irã.

“Precisamos de uma Solução de Dois Estados na qual podemos reconstruir Gaza, na qual os palestinos tenham segurança, autodeterminação e a dignidade que eles merecem”, concluiu.

Trump, por sua vez, afirmou que, se ele fosse presidente, as guerras de Israel e da Ucrânia não teriam começado.

“Ela odeia Israel. Se ela for presidente, eu acredito que Israel não vai existir em dois anos”, disse Trump, alegando ainda que Kamala odeia a população árabe.

“O Irã estava quebrado sob [o governo Donald Trump]. Agora, o Irã tem bilhões de dólares porque tiraram todas as sanções que eles tinham. Ele não tinha dinheiro para o Hamas, o Hezbollah ou as outras esferas de terror”, adicionou.

Em seguida, Kamala Harris negou que odeie Israel, destacando que a fala de Trump seria uma tentativa de “dividir e distrair” da realidade de que ele é “fraco e errado” em segurança nacional e política externa.

“É bem conhecido que ele admira ditadores, quer ser um ditador no primeiro dia, segundo ele mesmo. É bem conhecido que ele disse a Putin que ele pode fazer o que quiser na Ucrânia. É bem conhecido que ele disse que quando a Rússia invadiu a Ucrânia, isso foi brilhante”, pontuou a vice-presidente.

“É bem conhecido que ele trocou cartas de amor com Kim Jong-un. E é absolutamente bem conhecido que esses ditadores e autocratas estão torcendo para você ser presidente de novo, pois é muito claro que eles podem manipulá-lo bajulação e favores”, comentou Kamala enquanto olhava diretamente para o adversário.

Sétimo tema: guerra da Ucrânia

Quando perguntado diretamente se quer que a Ucrânia vença a guerra contra a Rússia, Donald Trump destacou: “Eu quero que a guerra pare. Quero salvar vidas”.

O empresário afirmou ainda que conhece Vladimir Putin, presidente russo, e Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, “muito bem” e que eles o respeitam.

“Eu vou resolver isso antes mesmo de me tornar presidente. Se eu ganhar, quando for presidente eleito, eu vou conversar com um, conversar com outro, colocá-los juntos… a guerra nunca teria acontecido”, concluiu.

Rebatendo críticas que Trump fez a Joe Biden, Kamala Harris disse: “você não está disputando contra Joe Biden, você está disputando contra mim”.

Em seguida, ressaltou que a guerra terminaria em 24 horas se o republicano for eleito porque ele “desistiria”.

A vice-presidente também citou reuniões que teve com aliados e com Zelensky. “Por causa do nosso apoio, dos mísseis, artilharia (…) que fornecemos, a Ucrânia é um país livre. Se Donald Trump fosse presidente, Putin estaria sentado em Kiev [capital ucraniana] agora”, alegou.

Regras do Debate da ABC

Trump está no lado esquerdo do palco, enquanto Kamala está no direito. O republicano fará as considerações finais por último. O microfone ficará ligado apenas quando o candidato estiver falando. Além disso, eles não puderam levar rascunhos — as “colas” — ao estúdio.

As equipes das campanhas não poderão entrar em contato com os candidatos durante os intervalos comerciais. Não há plateia no estúdio.

Primeira vez em que Trump e Kamala se encontram

O debate desta terça-feira (10) marca a primeira vez que Donald Trump e Kamala Harris se encontram pessoalmente. As últimas pesquisas mostram uma disputa acirrada entre os candidatos.

Este é o sétimo debate presidencial de Trump — três contra Hillary Clinton e três contra Joe Biden.

O confronto acontece na Pensilvânia, um estado que pode decidir a eleição dos Estados Unidos.

Kamala assumiu a candidatura democrata após Joe Biden ter desistido de concorrer à reeleição. O desempenho do presidente americano no Debate da CNN levantou dúvidas sobre sua idade e aptidão para um novo mandato — o que gerou críticas até de apoiadores.

Já Trump tenta voltar à Casa Branca após ter sido derrotado por Biden em 2020.

A eleição presidencial nos Estados Unidos acontecerá no dia 5 de novembro.




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