As eleições nos 18 municípios da região do Vale do Piancó, no Sertão do Estado, tiveram início pra valer após as convenções municipais, quando os partidos políticos definiram suas candidaturas, com estratégias e padrões de disputa eleitoral distintos. 

Embora as articulações políticas tenham acontecido desde o final do ano passado, quando muitas conversações entre partidos e lideranças locais foram definidas para o pleito em curso, nesse momento, observa-se uma verdadeira 'guerra na caça aos votos', cada um usando de suas estratégias e métodos para conquistar a simpatia do eleitorado, o que é muito natural num processo eleitoral.

Numa fotografia em recorte, segundo alguns analistas políticos, a região do Vale do Piancó tem uma das eleições mais definidas dos últimos tempos, levando-se em consideração a realidade política de cada município, tanto pela gestão dos seus administradores, quanto pela força e liderança de seus agentes políticos.

Como toda corrida, a largada foi dada. Quem está na pista (na disputa) precisa mostrar força no início e fôlego durante o percurso. Ao que parece, os candidatos majoritários da região, em sua grande maioria, seguem firmes no pleito, sem muito cansaço, pavimentando uma liderança, que, certamente, os levarão à vitória sem maiores desafios até a chegada final.

Agora, sem uma sinalização clara de quem cruzará a linha de chegada e conquistará o pódio, ou seja, quem ganhará a corrida rumo ao Executivo dentre os municípios dessa importante região do Sertão paraibano, merece atenção especial as cidades Diamante, Igaracy e Nova Olinda, que vivem uma disputa acirradíssima do pleito. Nesses locais, todos concorrem em pé de igualdade, cada um com chance real de vitória.

Esse acirramento e indefinição do pleito municipal no Vale do Piancó foi evidenciado claramente numa opinião recente do jornalista Bruno Pereira, natural de Ibiara, mas com forte atuação na imprensa da capital (como apresentador de rádio e televisão), refletindo, concretamente, o cenário real desses três municípios. Objetivamente, não dá pra cravar quem sairá vencedor.

Ressalte-se, contudo, que cada um desses municípios vivem disputas polarizadas, praticamente entre dois candidatos, tornando o páreo ainda mais duro e indefinido. Será um verdadeiro plebiscito, onde o eleitor escolherá se deve trocar ou manter o governo.

Em Diamante, por exemplo, os candidatos que disputam à Prefeitura Municipal são Hermes Mangueira Filho (MDB), da situação e Náubia Marques (PDT), da oposição, que indefinidamente, não se sabe quem vencerá o pleito, de tanto acirrado que encontra-se.

Além da disputa, o que está em jogo é a hegemonia da família Mangueira, que há anos configura-se como um núcleo forte da política local, desde a emancipação política do município. Para manter-se firme nessa estrutura de governo que criou raízes de poder desde a década de 60, representando a família Mangueira na disputa, está o atual prefeito Hermes Filho Mangueira Diniz Filho, que conduz sua própria reeleição com inteligência, dados técnicos e científicos nas mãos, além das ferramentas de governo que, indissociavelmente, lhe favorece.

Por outro lado, contrapondo-se a essa estrutura tradicional de poder local, eis que aparece na disputa pela Prefeitura de Diamante desse ano uma candidata mulher, que pode surpreender e quebrar o ciclo de vitórias da família Mangueira. Trata-se da professora Náubia Marques, que sem nenhum histórico familiar na política diamantense, aglutinou o apoio de lideranças dentro de seu espectro política, capaz de ensejar no povo a vontade livre de eleger alguém que não tem tradição na política local. Manifestações nesse sentido são dadas voluntariamente nas mais diversas manifestações públicas de campanha; resta saber se o resultado virá das urnas, numa disputa tão desigual, em vários aspectos.  

Ao final dessa corrida, a bandeirada e o apito final serão dados pelo eleitor diamantense somente nos últimos instantes do segundo tempo da tarde do próximo dia 06 de outubro. Até lá, é aguardar pra ver o resultado...