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Campina Grande, Paraíba,05/10/2024

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IJMP celebra missa em homenagem a São Francisco, santo que também inspirou a fundação do instituto

São Francisco de Assis se tornou uma das figuras mais populares e emblemáticas da Igreja Católica por conta de seu histórico incomum de abdicação da riqueza para dedicar sua vida aos pobres

Com Diário do Sertão
IJMP celebra missa em homenagem a São Francisco, santo que também inspirou a fundação do instituto @IJMP

O Instituto Jesus Missionário dos Pobres (IJMP), em Cajazeiras, concluiu nesta sexta-feira (4) o tríduo de São Francisco de Assis com uma missa em honra ao santo protetor dos pobres e dos animais.

Celebrado no dia 4 de outubro, São Francisco de Assis se tornou uma dos santos mais populares da história da Igreja Católica por seu histórico incomum de abdicação da riqueza para dedicar a vida aos pobres.

“São Francisco se tornou importante porque nada valia, não tinha importância alguma. E a gente consegue perceber e sentir o grande nexo da pessoa de São Francisco com Jesus, com o santo evangelho, visto que o Senhor sempre escolhe os mais humildes, os pequenos, para poder fazer grande”, destaca padre Marcio José, superior geral do IJMP.

São Francisco tem uma relação profunda com o Instituto Jesus Missionário dos Pobres porque foi um dos santos que inspiraram monsenhor Gervásio Fernandes de Queiroga a fundar esta casa há cerca de 40 anos, na cidade de Cajazeiras, Sertão paraibano.

“Hoje, celebrar São Francisco, para toda nossa fraternidade missionária que tenta seguir esse Cristo pobre também, é muito importante, muito inspirador”, enfatiza padre Marcio José.



De acordo com a biografia do monsenhor Gervásio Queiroga, o evento que é considerado fundador do IJMP foi a adesão do primeiro jovem, João Vidal Filho, à missão de ajudar os mais pobres sob a liderança do padre cajazeirense.

No dia 31 de maio de 1985, em viajem de serviço a Brasília (DF) a Paracatu (MG), Padre Gervásio, então assessor jurídico-canônico da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), percebendo a extrema pobreza dos habitantes daquela região, decidiu iniciar um grupo de jovens que aspirassem ao discipulado e à missão com os mais pobres, sob as bênçãos de São Francisco, Santa Teresinha do Menino Jesus e de São Vicente de Paulo.


Na noite de 7 de dezembro daquele ano, o jovem João Vidal Filho, que era seminarista da Diocese de Patos, na Paraíba, participava de uma solenidade da Imaculada Conceição de Maria – outra santa que historicamente recebe atenção especial do instituto, quando decidiu seguir os passos do Padre Gervásio Queiroga, marcando, assim, a fundação do IJMP.

Outros jovens também seguiram a caminhada fundacional do instituto em seu nascedouro, como Francivaldo do Nascimento Albuquerque, Francisco Hélder Loureiro Pegado, João Bosco Nascimento, Francisco Bezerra, Renato Abrantes, entre outros.  Por suas mãos formativas e pelo instituto passaram centenas de jovens que, hoje, em várias dioceses do Nordeste, são padres. Muitos outros, bons cidadãos, pais de família, excelentes profissionais liberais, leigos e cristãos engajados nas mais diversas pastorais da Igreja.

O Instituto Jesus Missionário dos Pobres (IJMP) é uma associação pública de fiéis, formada por sacerdotes, diáconos e leigos, que respondendo a especial vocação divina, se comprometem a seguir a Jesus Cristo mais de perto, vivendo plenamente os conselhos evangélicos e levando vida comunitária e apostólica, a serviço da missão.

Quem é Mons. Gervásio Fernandes Queiroga

O Monsenhor Gervásio Fernandes de Queiroga "Padre Gervásio" nasceu no município de Uiraúna-PB, no dia 19 de junho de 1934. Filho do Guarda-fio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, João Adelino de Queiroga e Ana Fernandes de Queiroga. Desta união conjugal nasceram onze filhos.

Antes de ir para a escola recebeu as primeiras lições de sua mãe, Dona Ana Fernandes de Queiroga. Teve como primeira educadora, já na cidade São João do Rio do Peixe-PB, a destacada professora Conceição Freitas, irmã do saudoso Monsenhor Vicente Freitas, no Grupo Escolar Joaquim Távora. Ordenou-se padre em 26 de julho de 1961 e tem uma vida dedicada, com absoluta fidelidade, à Igreja Católica Apostólica Romana.

Aos doze anos e oito meses se tornara aluno do Seminário em João Pessoa e aos 18 anos já se encontrava em Roma, onde passou dez anos e se graduou e fez Mestrado em Filosofia, na Pontifícia Universidade Gregoriana (1952-1955), tendo retornado à Itália onde passou mais dois anos, 1966 e 1966, para fazer os cursos de Introdução à Arte e de Extensão Universitária em Técnica de Pesquisa Social.

Seguindo sua trajetória acadêmica, em 1977 voltou aos bancos escolares para se graduar em Direito, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no ano de 1980, Campus de Sousa, aonde era ao mesmo tempo aluno e professor. padre Gervásio é poliglota. Compreende bem, fala bem, lê bem e escreve bem Latim, Grego, Italiano, Espanhol e Inglês. Monsenhor Gervásio Fernandes de Queiroga tem Doutorado em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG), uma universidade da Igreja Católica com sede em Roma (1976). Foi professor titular da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cajazeiras Paraíba (FAFIC), hoje Faculdade Católica da Paraíba. Tem experiência na área de Filosofia.

Monsenhor Gervásio Fernandes de Queiroga foi assessor jurídico-canônico da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por 30 anos, tendo trabalhado ao lado de expoentes da Igreja Católica como Dom Ivo Lorscheiter e seu primo, Dom Aluísio Lorscheiter, Dom Luciano Mendes de Almeida e Dom Raymundo Damasceno Assis.

O Padre Gervásio Fernandes de Queiroga foi nomeado pelo Papa Bento XVI, capelão pessoal de sua santidade. O reconhecimento ao Monsenhor Gervásio Fernandes de Queiroga foi atendido através de um pedido do então Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis, amigo pessoal do Padre Gervásio. O Sumo Pontífice, Bento XVI, elegeu entre os seus capelães o Reverendo Senhor Gervásio Fernandes de Queiroga, da Diocese de Cajazeiras, na Paraíba. Dado no Vaticano, no dia 12 de outubro do ano de 2012.

A escolha para capelão pessoal que o papa Bento XVI fez do Padre Gervásio Fernandes de Queiroga, que, agora, passa a ser "monsenhor". Isto não o torna superior hierarquicamente a nenhum outro sacerdote, mas significa reconhecimento, por parte da Igreja, àquele que, ao longo da vida (em 2014, 80 anos), se destacou pelo serviço prestado aos outros e pela dedicação à causa missionária, dos pobres e do Reino de Deus.



Monsenhor Gervásio Fernandes de Queiroga tem uma vida permeada de inúmeros serviços à Igreja Católica no Brasil, incluindo, entre tantos, alguns de grande responsabilidade, como a tradução do atual Código de Direito Canônico do latim para o português, quando de sua promulgação, em 1983, a redação, para aprovação dos senhores Bispos, do atual Estatuto Jurídico-Canônico da CNBB, a participação ativa nos debates e trabalhos referentes ao Acordo Igreja-Estado (Decreto nº 7.107/2010) e a fundação da Sociedade Missionária para a Evangelização dos Pobres.

Na eleição presidencial de 2018 no Brasil, um dos líderes católicos mais respeitados do Brasil, gravou um vídeo se posicionando contra o candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro fazendo um apelo para que as pessoas não votassem no ex-militar. Segundo o padre Gervásio, Bolsonaro defende a tortura, a violência, despreza as mulheres e durante a carreira política como parlamentar votou contra os direitos dos trabalhadores. “Pelo amor de Deus, pelo amor de Deus, não votem nele! Ele não! Bolsonaro não! ”, disse padre Gervásio.



Um santo nordestino dos pobres entre nós

Para registrar a memória da participação da Igreja nordestina no Vaticano II, da origem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da tradução e recepção do Direito Canônico em nosso país, e do nascimento do Instituto Jesus Missionário dos Pobres (IJMP), do Padre Gervásio Queiroga, a UNICATÓLICA, Universidade em Quixadá Ceará, por meio do Curso de Teologia e do Núcleo de Fé, Razão e Cultura, realizou uma série de entrevistas com o mons. Gervásio Queiroga, que deram a origem ao livro “A tristeza de não ser santo”. 

Colaboração: Francisco Bezerra e Renato Abrantes, ex-seminaristas do Instituto Jesus Missionário dos Pobres.




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