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Campina Grande, Paraíba,08/11/2024

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Copom sobe a taxa de juros para 11,25% ao ano

Alta de 0,5 ponto já era esperada pelo mercado, que enxerga espaço para novo aumento na última reunião do Copom, em dezembro, em meio piora das expectativas para inflação

Com Agência Brasil
Copom sobe a taxa de juros para 11,25% ao ano @Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou os juros em 0,5 ponto nesta quarta-feira (06), levando a Selic ao patamar de 11,25% ao ano. A decisão foi unânime.

O movimento era esperado pelo mercado e mostra a aceleração do aperto da política monetária iniciado no último encontro, em meio à deterioração das expectativas para a inflação deste ano e de 2025.

“O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista”, disse o Copom em nota.

Em setembro, o colegiado já havia decidido de forma unânime pelo aumento de 0,25 ponto na Selic, passando a 10,75%, a primeira elevação desde agosto de 2022.

A decisão do Copom deixa os juros no mesmo patamar de fevereiro deste ano. Porém, à época, o colegiado estava em ritmo de corte das taxas, encerrando o ciclo de baixa em maio, a 10,5% ao ano.

Analistas do mercado esperam que o movimento de alta seja mantido no último encontro do Copom em 2024, entre 10 e 11 de dezembro, com nova elevação de 0,5 ponto, a 11,75% ao ano, segundo dados do Boletim Focus publicados nesta segunda-feira (04).

A direção, porém, deve ser revertida ao longo dos próximos meses, com as expectativas apontando para a taxa básica de juros em 11,25% ao fim de 2025.


Mais riscos para cima do que para baixo

Em nota, o colegiado não indicou quais serão os próximos passos, também chamado de guidance, e disse que o ritmo deve ser ditado pela convergência da inflação à meta.

O cenário, porém, aponta mais fatores de risco para alta dos preços do que para queda.

Entre os fatores que podem puxar a inflação para cima, o BC ressaltou a desancoragem das expectativas por período mais prolongado, maior resiliência da inflação de serviços e a conjunção de fatores domésticos e internacionais, com destaque para a recente disparada do dólar contra o real.

No lado oposto, o Copom apontou a desaceleração da atividade global mais forte que o previsto e os impactos do atual ciclo de aperto monetário como fatores de risco.

O BC também voltou a dar destaque à política fiscal do governo federal e pontuou que a percepção do mercado afeta os preços dos ativos e as expectativas, “especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.

Em relação aos fatores da decisão, o colegiado elencou como fatores externos a conjuntura econômica nos EUA, sobretudo dúvidas sobre o processo de afrouxamento monetária deflagrado pelo Federal Reserve (Fed) no último encontro.

“O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.

No fator doméstico, o BC citou que indicadores de atividade e mercado de trabalho seguem dinâmicos. “A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”.

Piora das expectativas

As expectativas do mercado para a inflação pioraram desde a última reunião do colegiado, entre 18 e 19 de setembro, com o aumento das incertezas globais com a proximidade das eleições nos Estados Unidos, realizadas nesta terça (05), além do cenário de tensão ainda elevado no Oriente Médio.

Na pauta doméstica, o agravamento do quadro foi puxado pelo aumento da desconfiança dos investidores na política fiscal do governo. O temor escalou nos últimos dias, em meio indefinições da equipe econômica em apresentar um pacote de ajustes das contas públicas.

Em resposta à disparada do dólar — que chegou a bater o maior patamar em mais de quatro anos — e críticas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda que o conjunto de medidas deve ser apresentado até o fim desta semana.

O cenário fez com que as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fosse a 4,59% no último Focus, ultrapassando o teto da meta perseguida pelo BC, de 4,5%.

Para o ano que vem, a expectativa para a inflação subiu para 4,03%.

A autoridade monetária persegue centro da meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.

Mais informações na reportagem de Oussama El Chaouri, no áudio abaixo.




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